segunda-feira, 8 de março de 2010

Com muito Sal & Pimenta

E o espírito dos Anos 90 passados bate na porta da moda mais uma vez. Dessa vez em um editorial bem colorido da V Magazine, estrelando as modelos Lily Donaldson e Liya Kebede em um ensaio, autoria de Josh Olins, cheio de doses de street wear nos moldes das icônicas integrantes do grupo de rap/hip hop americano, Salt N' Pepa. Com muitos acessórios exagerados e gigantes, combinando com o gosto dos rappers pelos seus bling blings, o styling das modelos, que ficou a cargo de Clara Richardson, usa e abusa de cores fortes, animal prints, hoods, biker shorts com tye dye e brilhos nas roupas (ressaltando o poder do brilho e do ouro na cultura rapper atual e confirmando a tendência dos paetês em 2010). Destaque para os sneakers, muito loucas as plataformas Adidas que as moças usam (ecos das Spice Girls, que também eram apimentadas?), acentuando o clima bem casual, urbano e com ares esportivos do photoshoot. Só acho que uma modelo negra, mais bootylicious, faria par melhor com a Liya do que a branquinha Lily. E aproveitando o espírito girl power trazido com o Dia Internacional da Mulher, que tal falarmos de...Começando pelas meninas do Salt N' Pepa...
Formado em 1985, no Queens, foi um trio feminino de rap e hip hop, cujas letras, repletas de insinuações sexuais e referências a festas e ao ato da conquista, fizeram a cabeça de muitos festeiros nos anos 90. Primeiro grupo feminino a conseguir sucesso e a estourar no mainstream pop em meio ao universo predominantemente masculino (e machista) do rap, as meninas do Salt N’ Pepa foram revolucionárias ao seu modo, ao defender a liberação sexual da mulher, que, em suas músicas, assume posição ativa diante do prazer e exerce controle sobre seu próprio corpo.Agora, depois de 10 anos de o grupo ter rompido, as garotas, agora mães de família, vão se reunir novamente para lançar um novo álbum a ser lançado ainda em 2010 (seria talvez esse o motivo do photoshoot da V Mag?).
A importância de Salt N' Pepa para a música é maior do que parece. Foi o grande sucesso do trio que abriu o caminho, e as portas das grandes gravadoras, para rappers do sexo feminino, como Missy Elliott, Eve e Lil' Mama, que, com as moças, compartilham a imagem de mulheres fortes e desbocadas. Recentemente, em uma onda de garotas vindas de diferentes históricos culturais que produzem rap, Rye Rye, Tokyo Diva e a branquela Amanda Blank vêm ganhando destaque pelo seu estilo e atitude. Rye Rye, com seus beats para mexer o corpo, Tokyo Diva, com um rap pop chiclete e, Amanda Blank, pelo rap com forte influência do eletropop. Uma similaridade entre as três: o visual super colorido, marcado pelo contraste entre cores neon e estamparia divertida, influência direta do estilo new rave.
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Rye RYE
Tokyo DIVAAmanda BLANKAté em termos de vestuário as garotas seguiam um estilo bem característico, misturando o ghetto style de suas contrapartes masculinas com leggings e brincos de argola bem grandes. Abusavam de casacões com o dobro de seu tamanho, camisões de flanela, bonés (talvez uma maneira de defender-se em meio a um universo musical dominado pelos homens) em uma moda meio boyfriend, mas também exploravam seu lado sensual com shorts e bustiers. A influência das moças na moda das cantoras de hoje pode ser percebida em detalhes, como blusões estampados, bonés e os brincões dourados de argola. As hypadas M.I.A e Santigold parecem refletir, cada qual à sua particular maneira, o espírito colorido, étnico e vibrante de Salt N’ Pepa.E, falando também de cabelo, Alice Dellal não foi a 1ª a raspar apenas as laterais da cabeça e Rihanna não foi a 1ª negra a ousar no mohawk. Pepa chegou antes, bitches!
E pra terminar o post "ralando o popozão", o clipe da música "Shoop", cujo som parece obsceno até em português, uma das pérolas das meninas do Salt N' Pepa
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+ Sobre as novas meninas do rap:
http://www.myspace.com/tharealryerye
http://www.myspace.com/tokyodiva24
http://www.myspace.com/amandablank

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